Nasci em Lisboa, à hora de almoço, num soalheiro dia de Junho de 1975 (curiosamente, ou talvez não, nunca vivi em Lisboa). Era tão pequenina que quase cabia na palma da mão do meu pai.
Por razões familiares, frequentei a 1.ª classe na escola primária de Canelas, freguesia do concelho do Peso da Régua, que considero a minha terra natal do coração. Foi aqui, com a minha avó materna, Felisbela, que vivi alguns dos melhores tempos da minha vida.
Na adolescência, queria ser actriz. Ainda representei o papel de Saddam Hussein numa peça de teatro na escola secundária, uma adaptação do Auto da Barca do Inferno aos tempos da primeira Guerra do Golfo. Fiquei com os braços cheios de nódoas negras, de tanto rastejar pelo palco, de um lado para o outro, qual serpente fugidia.
Os meus pais não permitiram que seguisse a representação. Argumentaram que era difícil ser actriz em Portugal, e que era uma profissão mal paga. Decidi, então, ser jornalista, que também já era uma profissão difícil e mal paga.
Licenciei-me em Ciências da Comunicação, com especialização em Jornalismo. Sonhava ser repórter num canal de televisão, mas quando iniciei a minha carreira no Diário de Notícias, em 1997, percebi que, na verdade, gostava de escrever. Escrever histórias da vida real.
Nunca mais parei de o fazer. No DN, no Jornal de Notícias (onde comecei a trabalhar em 1998), nas várias revistas com as quais fui colaborando e no jornal digital Os Bichos, que fundei em 2018 (um projecto de curta duração, mas que me ajudou a crescer pessoal e profissionalmente).
A determinada altura, decidi investir também numa outra paixão: a História. Conclui o mestrado em História dos Séculos XIX e XX (2005) e o doutoramento em História Contemporânea (2018), ambos na NOVA FCSH, e tornei-me investigadora do Instituto de História Contemporânea.
Já publiquei quatro livros:
– Grandes Figuras Excêntricas da História de Portugal (Contraponto Editores, 2022);
– Às Urnas. A reivindicação do voto feminino na Península Ibérica (1921-1934) (Imprensa de Ciências Sociais, 2022);
– Grandes Mistérios da História de Portugal (Contraponto Editores, 2019);
– As Mulheres e a I República (Caleidoscópio/Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, 2011).
Desde 2019, dedico-me sobretudo à criação de conteúdos escritos, à escrita de livros e à investigação histórica para projectos, pessoais ou de terceiros.
Um dos meus propósitos de vida é inspirar os outros a escrever mais e melhor, a não ter medo das folhas em branco, a acreditar que a escrita não é um dom divino, mas uma técnica que requer estudo e prática.
Porque, como dizia a escritora Clarice Lispector (1920-1977):